É um protocolo de exame recente e promissor, desenvolvido pela nossa equipe do DASA. Este exame possibilita a avaliação simultânea da perviedade das trompas, assim como da anatomia da pelve e suas principais enfermidades.
Como principais vantagens este exame permite:
– Avaliação da cavidade uterina (presença de pólipos ou ainda leiomiomas), vantajoso em relação a histerosalpingografia convencional (HSG), a qual não consegue diferenciar os principais tipos de falhas de enchimento no interior da cavidade uterina.
– Perviedade das trompas e avaliação das suas principais causas de obstrução, uma vantagem em relação ao estudo de HSG, onde observamos apenas as obstruções, mas dificilmente é possível avaliar a sua causa;
– Mapeamento de miomas;
– Detecção de Adenomiose;
– Mapeamento de Endometriose profunda;
– Diferenciação de lesões anexiais, entre etiologia ovariana ou tubária;
– Não faz uso de radiação, uma vantagem em relação a histerosalpingografia convencional
– Utiliza quantidade ínfima de contraste gadolínio (mais seguro, menos alergênico e menos produtor de disfunção renal ), uma vantagem em relação a HSG que utiliza contraste iodado (mais alergênico, mais frequentemente associado a disfunção renal e causador de maior dor na sua disseminação no peritônio).
– Estudos preliminares mostram redução da dor quando comparada a HSG.
– Principal vantagem fazer a avaliação das pacientes com infertilidade em um único tempo, avaliando a perviedade das trompas, assim como realizando o mapeamento de miomas e endometriose, enfermidades frequentemente concomitantemente encontradas nestas pacientes!
Protocolo:
Neste exame são realizadas sequências para avaliação da cavidade pélvica, inclusive com protocolo para mapeamento de endometriose, após o uso de buscopam endovenoso. Em seguida é cateterizado o colo uterino por onde é administrado ínfima quantidade de contraste gadolínio diluído em soro fisiológico, sendo realizado estudo dinâmico para avaliação do enchimento da cavidade uterina , assim como opacificação das trompas e peritonização do contraste na cavidade pélvica, sendo finalmente realizadas sequências após mobilização da paciente para verificar a disseminação do contraste, conhecida como prova de Cotté. O exame completo dura em torno de 30 minutos.
A principal desvantagem é que este é um exame novo, que ainda não consta no hall da ANS, então a parte da HisteroRM ainda não é coberta pelos planos de saúde. As contra-indicações são os pacientes terem claustrofobia e alergia a gadolínio.
O Exame deve ser solicitado como: Ressonância de pelve e protocolo de histeroRM.
JBRA Assisted Reproduction 2021;00 (0): 00-00
doi: 10.5935/1518-0557.20210002
Autora do texto:
Dra. Rafaela Argones
Médica Radiologista com título de especialista pelo Colégio Brasileiro de Radiologia especializada em Radiologia da Mulher
